Hoje eu acompanhei durante quase três horas, das 17h até um pouco antes das 20h, o quinto ato de protesto organizado pela Operação Pare o Aumento. Caminhei com eles da Candelária até a Cinelândia e de volta pela Presidente Antônio Carlos até a esquina com a Rua São José. Caminhei, tirei fotos, parei, voltei para o início, filmei, atravessei a rua de um lado para o outro procurando os melhores ângulos para tentar transmitir, para aqueles que por um motivo ou outro não estavam lá, a proporção do evento.
Candelária - Saída da manifestação |
Vi homens bem vestidos de terno e gravata, senhoras de uma certa idade e muitos, muitos jovens aparentando seus vinte e poucos anos carregando cartazes feitos, em sua maioria, à mão e entoando palavras de ordem apartidárias. Até chegarmos à Candelária, as bandeiras de partido estavam todas amontadas num grupo que era constantemente vaiado por manifestantes que entoavam em coro "Não tenho partido!" e "Abaixa essa bandeira!".
Avenida Rio Branco - "Não temos partido!"
Em todo o trajeto até a Cinelândia não vi nenhum gesto de violência ou vandalismo nem escutei ninguém incentivando a baderna. Chegando na Cinelândia, encontramos um grupo com bandeiras da ALERJ que entoava em coro "ALERJ! ALERJ!". Se foram eles que começaram o tumulto na ALERJ, não sei: não os vi fazerem isso, mas também não vi nenhum outro manifestante fazer...
Avenida Rio Branco |
Quando a passeata chegou à Presidente Antônio Carlos, mais grupos e bandeiras se juntaram aos manifestantes. Ao chegar à esquina com a São José eu quis dar a volta pela Rua do Carmo para chegar lá na frente: foi nessa hora que começou um tumulto e algumas pessoas começaram a vir correndo pela Rua São José, criando um pânico entre o pessoal que tomava chope na frente da Casa Ulrich. Hesitei um pouco, mas acabei desistindo de voltar para a Presidente Antônio Carlos: admito que tive medo e, já tendo feito o que tinha me proposto a fazer, que era saber se existia mesmo um movimento popular ou se era só marketing de esquerda festiva, voltei para casa de metrô.
Av. Presidente Antônio Carlos |
O que tenho a dizer é o seguinte: independente do que tenha acontecido no fim, e que eu não posso atestar porque não estava mais lá, foram quase três horas de manifestação pacífica, passando por diversos policiais sem nenhuma provocação física ou verbal e entoando somente palavras de ordem apartidárias. Os manifestantes não eram, em sua grande maioria, baderneiros, vândalos, arruaceiros. Eram trabalhadores, donas de casa e estudantes. E eram muitos, muitos mesmo. Nenhum governante que ignore o clamor de uma quantidade dessas de cidadãos e eleitores tem o direito de se autoproclamar democrata.
Av. Rio Branco |
O link abaixo tem mais fotos e está disponível mesmo para quem não tem conta no Facebook:
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