sábado, 3 de novembro de 2012

Sob a Redoma

Ontem terminei de ler "Sob a Redoma", do Stephen King. Por um lado, foi bom matar a saudade de um tema do qual ele tinha se afastado nos últimos livros que eu li, do horror que se abate sobre uma cidadezinha no interior do Maine. Por outro, eu torcia também por um retorno ao horror sobrenatural de "A Coisa", "A Hora do Vampiro" e "Cemitério Maldito", entre outros. Nesse aspecto, fiquei na vontade: por enquanto, vou ter que me contentar com as doses homeopáticas de "Little Green God of Agony".

Mesmo assim, o livro é muito bom. É bom desde o começo, mas, depois de um certo ponto, engrena de um jeito tal que não dá mais pra parar de ler. Da metade pro fim, então, eu li com o coração na mão, cada página uma aflição à medida que o tempo ia passando debaixo da Redoma, a situação em  Chester's Mill se deteriorava e ficava claro que <spoiler>nenhum tabu seria poupado: criança, mãe solteira, cachorro, qualquer um podia morrer</spoiler>.

Uma das coisas que eu admiro no trabalho do Stephen King são os personagens que ele cria e com "Sob a Redoma" mais uma vez não me decepcionei. Os habitantes de Chester's Mill (e as poucas pessoas de fora com quem eles interagem ao longo da história) são, em diferentes graus, generosos, egoístas, corajosos, covardes, esclarecidos, preconceituosos... mas sempre indiscutivelmente, dolorosamente reais. Não há Mary Sues nem vilões caricatos de bigode retorcido e risada histriônica. Pessoas inteligentes cometem erros idiotas sob pressão, pessoas corajosas têm medo de morrer, pessoas fracas encontram forças que nem elas mesmas sabiam que tinham.

Então, respondendo à pergunta que encerra o livro: sim, tenho certeza que eu me diverti lendo o livro tanto quanto o autor se divertiu escrevendo-o. É justo.

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