sábado, 16 de novembro de 2013

A Entidade

Hoje estou assistindo "A Entidade", um filme até agora bastante assustador (tanto que estou escrevendo no blog para manter meus olhos afastados da tela). A história, até agora, é a seguinte: uma família composta de pai, mãe e dois filhos se muda para uma casa onde recentemente ocorreu um crime ainda não resolvido pela polícia, porque o pai (Ellison) é um escritor especializado em crimes não solucionados. Infelizmente, depois do sucesso estrondoso do primeiro livro, no qual ele descobriu pistas que a polícia tinha deixado passar, Ellison não deu muita sorte com os dois casos seguintes. O xerife, que passa para uma visita civilizada mas nada amigável no dia da mudança, comenta inclusive que um dos livros dele prejudicou a investigação, possibilitando a fuga do criminoso. A esposa de Ellison (Tracy) também não está particularmente empolgada com esses projetos (leia-se: já avisou que se eles tiverem problemas nesta cidade como tiveram em outras onde ele foi para escrever, ela pega as crianças e vai para a casa da irmã). Ela pergunta a Ellison se essa casa para onde eles se mudaram é a mesma onde o crime ocorreu e ele mente que não. Beleza de casamento, construído sobre uma base sólida de mentiras que podem ser descobertas na primeira conversa com os vizinhos.

Logo na primeira noite, Ellison demonstra suas qualidades de pai de família exemplar quando encontra no sótão da nova casa primeiro um escorpião (que ele mata) e depois uma caixa contendo a filmagem do assassinato de quatro dos cinco moradores anteriores (uma das meninas ainda está desaparecida) e não pega a mulher e as crianças e dá o fora dali. Em primeiro lugar, o escorpião: onde há um, pode haver outros e amanhã pode ser a sua filha pequena, e não você, a encontrar um deles. Em segundo lugar: droga, Ellison, como é que você acha que os filmes entraram na casa? O sótão estava vazio com exceção da caixa com as fitas, a polícia teria visto quando encontraram os corpos se o assassino tivesse deixado os filmes na casa no mesmo dia em que cometeu o crime. Entendeu ou quer que eu desenhe?


São várias fitas em formato Super 8 e cada uma começa com um vídeo caseiro mostrando um momento de lazer de uma família com dois ou três filhos e termina com o assassinato de todos os membros da família (menos uma das crianças: em cada família fica faltando uma criança). Ellison chega a pegar o telefone para ligar para a polícia, mas pensa no seu primeiro (e único) best-seller e decide resolver sozinho o mistério do assassino serial de famílias com dois ou três filhos na mesma faixa etária dos seus. Um plano bom desses não tem como dar errado, né?

Ao mesmo tempo, o filho mais velho (Trevor, 12 anos) começa a sofrer de novo dos terrores noturnos que o afligiam quando era mais novo. Ellison, em suas andanças pela casa de madrugada, encontra algumas vezes o garoto bem no meio de uma crise. Ainda não ficou claro se isso vai ser relevante para a trama ou se é só um artifício para produzir mais sustos durante o filme.

Lá pela terceira fita, Ellison nota uma figura que aparece em todos os filmes, que é algo entre o assassino do filme "Pânico" e V, de "V de Vingança". Ele começa a filmar a imagem da projeção das fitas para poder usar aqueles recursos super ultra mega modernos de edição de vídeo que os computadores têm nos filmes, como pausar e ampliar a imagem de uma cena filmada em um ambiente escuro e alterar a luz e o contraste até conseguir ler o título de um livro largado no canto da imagem. Só coisa trivial, do tipo que dá pra fazer com o Windows Media Player.

No meio da brincadeira, ele começa a escutar ruídos de coisas pesadas se movimentando no sótão, todas as luzes da casa se apagam e, como ele possui um super computador com recursos de edição de vídeo que beiram a magia mas aparentemente não tem lanterna em casa, Ellison vai investigar a origem do barulho iluminando o caminho com a luz do flash do celular.

No sótão, Ellison encontra a tampa da caixa das fitas e, debaixo dela, uma cobra. Ao contrário do escorpião, a cobra entra por uma fresta na parede antes que ele consiga matá-la, mas longe dos olhos, longe do coração: no instante em que a cobra está fora de vista, Ellison deixa ela pra lá e vai investigar os desenhos na parte de dentro da tampa da caixa. Os desenhos representam cada um dos assassinatos que estão nas fitas, com direito a legenda com o nome de cada vítima e de um personagem sempre identificado como Bicho-Papão. Escutando mais barulhos, Ellison larga a tampa e vai investigar a outra extremidade do sótão, mas no meio do caminho o chão cede debaixo dos seus pés e ele vai cair no andar de baixo. Sempre muito profissional, Ellison ainda tem tempo de virar a câmera do celular em sua direção e não a solta nem enquanto está se agarrando à borda do buraco no chão do sótão, lutando para não cair.

Corta para: Tracy olhando enquanto um paramédico termina de enfaixar a perna do Ellison e informa que o sangramento parou, mas que ele devia ir para o hospital para ver se vai precisar de pontos. Ellison, muito macho, não quer ir para hospital nenhum; assim, enquanto Tracy leva o paramédico até a porta, o policial que veio junto com ele vai com Ellison olhar o buraco pelo qual ele caiu do sótão. Eles falam sobre o escorpião que ele encontrou no primeiro dia, o policial aventa a possibilidade de o que ele escutou terem sido esquilos (gigantescos esquilos mutantes, aparentemente), nenhum dos dois vai até o sótão de onde o barulho efetivamente veio, e o policial, antes de ir embora, confessa que é fanzaço do Ellison e pede um autógrafo. Ele também comenta que em todos os livros do Ellison sempre tem um agradecimento "ao policial Fulano de Tal, da polícia local" pela sua ajuda, e se oferece para ser o "policial Fulano de Tal" da investigação atual, por isso Ellison pede para ele descobrir o que puder sobre os crimes cujas fitas ele encontrou. O policial Fulano de Tal topa fazer isso (escondido do seu chefe) e vai embora feliz da vida deixando Ellison e sua família na casa com cobras e escorpiões no sótão e visitada ocasionalmente por um maníaco assassino.

Alguns dias depois, Ellison está no seu escritório, trabalhando no computador com várias janelas abertas, inclusive uma que mostra a imagem congelada de um dos vídeos ampliada para mostrar o tal mascarado misterioso, quando o policial Fulano de Tal telefona com a informação que ele pediu. Enquanto Ellison está distraído olhando para o outro lado, a imagem do mascarado se mexe na tela e olha diretamente pra ele, mas, quando Ellison se vira de novo para tela, já voltou para sua posição original. Momento sem susto, mas bastante assustador. Em seguida, Ellison muda o foco para outra janela, mostrando o vídeo que ele gravou de si mesmo quando estava caindo do sótão para o andar de baixo e desta vez, em câmera lenta, consegue ver várias mãos pequenas (do tamanho de mãos de crianças, agora que eu penso nisso) agarrando-o e puxando-o para baixo. Ellison leva um baita susto e baixa a tampa no notebook de um golpe só, mas isso não o impede de passar mais uma noite com a família nessa casa.

E aqui eu preciso enfatizar: este NÃO é um daqueles filmes de terror em que as pessoas estão isoladas em uma casa no meio do nada, todos os carros estão quebrados e os celulares não funcionam. Nada impede Ellison de pegar a família e dar o fora dali na hora em que ele quiser: inclusive, uma das coisas que é dita logo no início do filme é que eles estão apertados de dinheiro justamente porque ainda não conseguiram vender a casa anterior, então não é como se eles não tivessem para onde ir.

Mais tarde, naquela noite (ou em outra, não dá para saber), Ellison acorda no meio da noite e encontra no seu escritório o filme do assassinato mais recente sendo projetado na tela em formato Super 8 e simultaneamente sendo exibido na tela do seu computador na versão digital. Finalmente convencido de que tem alguma coisa muito errada acontecendo ali, Ellison volta para o quarto, acorda Tracy, juntos eles tiram as crianças da cama, colocam tudo o que dá para carregar no porta-malas do carro e vão passar a noite em um hotel enquanto resolvem o que fazer... aha, brincadeirinha! Claro que não! Ele desliga o projetor e o vídeo e, enquanto está olhando pela janela, pensativo, vê alguém ou alguma coisa espreitando do meio dos arbustos no jardim. Ou, pelo menos, pensa que vê: quando ele esfrega os olhos e olha de novo, não há mais nada lá. Nosso herói então se arma com... huahahuahuaha, peraí, desculpa, me engasguei. Ele se arma com um... hahahuaha, não, sério, eu consigo fazer isso! Ele... hahuahuahahua, tá, tudo bem, agora vai: ele se arma com seu incrível Bastão de Beisebol e sai para o jardim às escuras procurar o serial killer que talvez esteja espreitando em algum lugar lá fora. Ah, mas olha só, dessa vez ele achou a lanterna! Puxa, me sinto muito mais tranquila agora.

Quando ele chega lá, alarme falso: era só o Trevor tendo outra das suas crises de terrores noturnos. Gente, assassinos maníacos à parte, vamos começar a trancar as portas dessa casa à noite antes que esse garoto sofra um acidente?

Depois de deixar o Trevor com a mãe, Ellison dá uma desculpa pra voltar lá fora e pegar o bastão de beisebol, já que ele continua não querendo contar para ela as coisas estranhas que têm acontecido. Ou talvez porque caiu em si e percebeu o ridículo que foi levar um bastão de beisebol para se defender de um cara que já imobilizou e matou cinco famílias... Enfim: lá fora, junto ao seu bastão Ellison dá de cara com um cachorro saído Deus sabe de onde rosnando para ele. Enquanto tenta alcançar o bastão sem provocar o cachorro a atacá-lo, ele não nota os cinco vultos infantis que estão atrás dele. Já o cachorro aparentemente os vê e, bem mais esperto que Ellison, dá meia volta e cai fora dali. Os vultos desaparecem antes que Ellison os veja e ele volta para dentro de casa e para Tracy, que, mesmo não sabendo metade do que ele sabe, implora para que ele desista do livro e saia daquela casa com a família. Ellison, no entanto, não quer nem ouvir falar de desistir do livro, que ele insiste que vai ser genial, muito melhor do que o seu outro grande sucesso, e não para de falar de best-sellers, de prêmios e de essa ser a sua grande chance, e me lembra um pouco Jack Torrance em "O Iluminado", exceto pelo fato de que eles NÃO estão isolados do resto do mundo em um hotel deserto isolado pela neve, e Ellison poderia perfeitamente despachar a família para algum lugar seguro e continuar escrevendo de um motel se ele faz tanta questão assim de continuar a porcaria do livro.

Tracy finalmente, concorda, chorosa, e dali a alguns dias o policial Fulano de Tal volta trazendo mais informação sobre os crimes. Ele e Ellison conversam sobre a possibilidade de estarem lidando com um serial killer: dado o espaço de tempo entre os crimes, o assassino teria que ter atualmente pelo menos sessenta e poucos anos, mas Ellison aponta o fato de que todas as vítimas, embora estivessem conscientes no momento da morte, primeiro foram drogadas e imobilizadas. Assim, raciocina ele, o assassino pode muito bem ser alguém bem mais fraco do que as suas vítimas, como uma pessoa idosa. Ou, acrescento eu, uma criança.

Ele mostra ainda ao policial Fulano de Tal as fotos de alguns símbolos encontrados nos locais dos crimes e este sugere que ele converse com um professor universitário que costuma atuar como consultor da polícia na investigação de crimes com elementos de ocultismo.

Durante a conversa (via Skype ou assemelhado) entre Ellison e o Professor Jonas, eu meio que estava esperando que alguém aparecesse e matasse o professor durante a conversa, por isso confesso que levei um susto quando alguém passou por trás dele na tela (uma assistente ou esposa, aparentemente). Uma variação interessante e bem mais sutil e elegante do gato que pula de repente de dentro do armário.

Resumo da conversa entre os dois: o símbolo que Ellison viu no local dos crimes é o símbolo de uma divindade da antiga Babilônia: Bughuul, o devorador de crianças. Ainda bem que você não tem nenhuma criança na casa, né, Ellison? Ellison?

A seguir: mais uma noite em que Ellison acorda para encontrar o filme do assassinato mais recente sendo projetado no escritório vazio. Desta vez, ele não perde tempo e pega logo seu cobertorzinho, ahn, quer dizer, bastão de beisebol e sai pela casa investigando, mas não percebe que a casa está pululando de crianças-zumbis que se escondem sempre que ele se vira para olhar. Ao voltar para o escritório e encontrar ligado o projetor que ele acabou de desligar, Ellison vai de quarto em quarto checar como estão os filhos, e faz isso tão bem que nem percebe que na parede do quarto da filha caçula estão pintados a mesma cena de assassinato que passa sem parar no escritório e o rosto do assassino/Bicho-Papão/Bughuul. Não percebe também que, embora a menina (Ashley) esteja deitada na cama com as costas voltadas para a porta, ela está bem acordada e bem apavorada, olhando para a menina-zumbi que está sentada no chão do quarto colocando os dedos sobre os lábios como quem pede silêncio.

Ellison então, demonstrando que está finalmente começando a levar a situação a sério, confere as trancas das portas e janelas da casa, senta no sofá com o bastão de beisebol no colo e... pega no sono, só acordando no dia seguinte, com a luz do sol entrando pela janela. E eu até ia fazer mais um comentário sarcástico sobre isso, mas não pausei o filme e, enquanto eu digitava isso começou a cena seguinte, na qual o policial Fulano de Tal tem seu momento de glória no filme, com uma fala que merece ser imortalizada neste blog (tanto que agora, sim, pausei o filme para transcrever a cena com calma).

Ellison o chama para ir novamente até a sua casa e começa a sondar se alguém alguma vez comentou algum comportamento estranho dos moradores anteriores da casa. O policial Fulano de Tal percebe que está acontecendo alguma coisa que Ellison não está contando para ele e que, o que quer que seja, Ellison também não contou para Tracy. E é então que a ficha cai: ele coloca com todo o cuidado sua xícara de café sobre a mesa, olha em volta como que para se certificar de que Tracy não está por perto e pergunta se ela sabe que está morando na mesma casa onde o crime ocorreu. Ellison faz que não com a cabeça e o policial Fulano de Tal tem o que só pode ser descrito como um momento facepalm, e dá aquele riso nervoso que a gente dá quando nos faltam palavras para descrever o tamanho da encrenca em que está o imbecil com quem estamos conversando.

"Oh, that is a conversation that I would not wanna be around for."
"Ah, essa é uma conversa que eu não gostaria de estar por perto para presenciar."

Ah, que é isso, policial Fulano de Tal! Fica, filma e coloca no YouTube que é sucesso garantido.

Enfim, o fato é que os moradores anteriores nunca reportaram nada de estranho, ninguém nunca reclamou deles e o único conselho do policial Fulano de Tal é que Ellison saia mais de casa. Que, coincidentemente, é praticamente o mesmo conselho que eu daria, exceto que eu substituiria "sair mais" por "sair e não voltar mais". Enfim, semântica.

Pra sorte do policial Fulano de Tal, ele não está ali na cena seguinte, em que Ellison e Tracy confrontam Ashley por causa de um desenho que ela fez na parede do corredor e a menina diz que ela ia fazer na parede do quarto (onde ela tem permissão de pintar), mas que Stephanie não queria que fosse lá porque era onde antes era o quarto do irmão. Tracy pergunta quem é Stephanie e Ashley responde que é a menina que vivia ali antes deles, sobre quem o pai está escrevendo. Oh-oh.

E, porque Tracy e Ellison vão discutir no quarto deles, não há ninguém por perto para testemunhar o momento em que ela faz a pergunta que está na mente dos espectadores desde o início do filme: "Você achou que eu não ia descobrir?". E, numa demonstração do tipo de retórica brilhante que fez dele o autor bem sucedido de um best seller e dois fiascos, Ellison argumenta que eles não estão morando na cena do crime porque o crime não ocorreu dentro de casa, e sim no quintal. Surpreendentemente, Tracy não se impressiona com essa resposta sagaz, mas também não pega as crianças e vai para a casa da irmã, como tinha ameaçado fazer no início do filme. Ah, Tracy...

Mais uma vez, Ellison acorda no meio da noite com o barulho do projetor, mas, quando ele chega ao escritório, o projetor não está lá. A escada que leva ao sótão está abaixada e, quando Ellison sobe, encontra o projetor ligado e as cinco crianças-zumbis assistindo a um filme. Todas se viram na direção dele e colocam um dedo sobre os lábios, pedindo silêncio, enquanto o Bughull aparece, primeiro na tela e depois ao vivo e a cores, dando um susto no Ellison e em mim também. Eu estou confortavelmente instalada no sofá, mas Ellison estava de pé na escada do sótão e cai no corredor, seguido pela caixa com as fitas e pelo projetor, aparentemente jogados lá de cima. Ele pega tudo, leva para a churrasqueira no quintal e bota fogo. Quando Tracy sai de casa e pergunta o que está acontecendo, ele finalmente diz as palavras mágicas: "Você estava certa, vir para cá foi um erro: pegue as crianças, vamos sair daqui."

Eles saem de carro, chegam a ser parados pelo xerife no caminho, mas é só procedimento padrão: ele pede para ver a carteira de motorista e os documentos do carro, diz que eles estavam indo muito rápido e, quando Ellison diz que eles estão deixando a cidade, até pergunta se algum morador criou problemas para eles. Mesmo não gostando de Ellison e dos livros que ele escreve, o xerife não quer que a cidade dele apareça no próximo livro como um bando de intolerantes que expulsou o escritor da cidade. Mas Ellison diz que não vai haver mais livro nenhum, por isso o xerife os deixa ir com uma advertência para ficarem abaixo do limite de velocidade pelo menos enquanto estiverem dentro da sua jurisdição.

Corta para eles se mudando de volta para o que eu presumo que seja a casa antiga e que não é bem uma casa, e sim uma mansão. Falaram tanto sobre o quanto estavam apertados financeiramente, mas aparentemente é que nem pobre de novela da Globo, que vive sem dinheiro mas nunca repete roupa.

No dia da mudança Ellison recebe duas ligações do policial Fulano de Tal (que ele não atende) e um e-mail do Professor Jonas, com quem ele faz um videochat  no qual o professor conta que existem poucas imagens de Bughuul justamente porque antigamente se acreditava que essas imagens permitiriam que Bughuul viesse para esta dimensão, possuísse pessoas (normalmente crianças) para obrigá-las a fazer alguma coisa horrenda e até as levasse com ele de volta para a sua própria dimensão.

Depois dessa conversa, que deixa Ellison bastante perturbado, ele vai para o sótão guardar umas caixas e encontra... tcharam! A mesma caixa que encontrou na outra casa, com o projetor e as fitas que queimou, além de um envelope no qual está escrito "Finais estendidos", contendo trechos adicionais de filme, tipo cenas que foram cortadas do final. Ele está no processo de juntar os trechos novos às fitas originais quando o policial Fulano de Tal liga de novo e dessa vez ele atende. As notícias são as piores possíveis: analisando a sequência dos crimes e os lugares onde cada família morou, o policial Fulano de Tal descobriu que cada família morou na casa onde a família anterior foi morta. E cada uma foi assassinada justamente após se mudar da casa onde a família anterior foi morta, ou seja, foi justamente ao fugir da casa que o destino da família de Ellison foi selado. Oops.

Ellison assiste a "versão estendida" dos filmes e desta vez ele vê, depois de cada assassinato, a criança que desapareceu aparecer na cena, se virar para a câmera e fazer o já conhecido sinal de silêncio. Depois de assistir a última cena, ele toma uma xícara de café preparada (e devidamente batizada) por Ashley, desmaia e acorda depois, amarrado e amordaçado no chão da sala, junto com Tracy e Trevor, momentos antes de todos serem mortos por Ashley a golpes de machado. Depois de cobrir as paredes da casa de pinturas a dedo feitas com o sangue da família, Ashley complementa o desenho na tampa da caixa com essas três novas mortes e se posta diante da tela onde está sendo projetado um filme em que as cinco crianças anteriores estão reunidas em um corredor, olhando para a câmera, ou seja, diretamente para Ashley. De repente, todas fogem corredor adentro e Bughuul está atrás de Ashley. Ele a pega no colo, e na cena seguinte, os dois estão dentro do filme ainda sendo projetado. Ele segue corredor adentro com ela nos braços, corta para a caixa agora contendo um rolo de filme a mais, eu estou começando a respeitar esse filme apesar das suas falhas e... BUH! A cara do Bughuul aparece ocupando a tela inteira para um último susto barato. Ai, ai. Tem gente que não sabe parar enquanto está vencendo.

4 comentários:

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    1. Viu? Isso é que é serviço de utilidade pública, o resto é bobagem.

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  2. tá errado, entidade é sobrenatural.... o assassino não volta para deixar a caixa....

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    1. Pois é, Juliano, eu sei disso, você sabe disso... Mas o Ellison não sabe. Ou, pelo menos, não sabia àquela altura do filme. Ele encontrou as fitas logo na primeira noite, quando ainda pensava que era só mais um crime como os que ele tinha investigado em seus livros anteriores, com um assassino/sequestrador 100% humano e sem nada de sobrenatural.

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