segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Caminhada em Defesa da Vida

No sábado (05/10) eu participei da Caminhada em Defesa da Vida, no Centro. Tenho passado ao largo dessa discussão no Facebook, que não é exatamente a mídia ideal para discussões sérias; agora, no entanto, já que vou postar as fotos, aproveito para esclarecer alguns pontos caso haja alguém que ainda não conhecia a minha posição nesse assunto. Economiza tempo se quiserem discutir isso mais tarde.

1) Não, o aborto não é uma questão de saúde pública. O saneamento básico é uma questão de saúde pública. A dengue é uma questão de saúde pública. Sim, mulheres morrem em consequência de abortos clandestinos mal-feitos. Mas "esta lei prejudica quem quer descumpri-la" não é argumento. Ladrões também morrem em tiroteios e perseguições policiais: nem por isso o roubo vai ser legalizado. Por que? Porque roubar é errado. Se você quer defender a legalização do aborto, mostre que o aborto não é errado, e não que desobedecer a lei traz consequências negativas: esse é o objetivo da lei.


2) "Ah, mas eu queria ver se você estivesse nesta ou naquela situação, se ainda ia manter a mesma posição!" Você quer saber se eu adapto as minhas convicções às circunstâncias de modo que elas fiquem a meu favor? Não, não é assim que convicções funcionam. Seria ótimo se sempre quiséssemos fazer a coisa certa, mas somos humanos e frequentemente nos encontramos na posição de ter que escolher entre o que gostaríamos de fazer e o que acreditamos ser correto.


3) Não adianta discutir o trauma do estupro, a qualidade de vida de uma criança deficiente ou as condições financeiras de uma família e ignorar a questão muito mais básica de quando começa a vida. Quem acredita que a vida começa na concepção não vai aceitar nenhum argumento a favor do aborto pelo mesmo motivo que não aceitaria nenhum argumento a favor do assassinato de um bebê de 6 meses. Da mesma forma, espero que quem é a favor do aborto (e não do assassinato de um bebê de 6 meses), o seja porque está muito seguro sobre o momento em que passa a existir um ser humano dentro do ventre da mãe. Se não há um ser humano, não há assassinato. Se, pelo contrário, existe ali um ser humano e a sua vida lhe é tirada, não vejo que outro nome dar, independente de quais sejam os motivos que levam à decisão do aborto. Nenhuma discussão sobre o aborto é séria se não começar nesse ponto.


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