Os motivos que me levam a escrever no blog enquanto assisto um filme de terror são os mesmos motivos pelos quais eu gosto de ter companhia nesses momentos. Se o filme é ruim, eu gosto de ter alguém com quem comentar as barbeiragens; se é bom, a companhia de outra pessoa (ou, na sua falta, o blog) me mantém ancorada na realidade, me lembrando que, por mais assustadora que a história seja, é só uma fantasia. Pronto, falei: não acredito em fantasmas, monstros e afins.
E o blog ainda tem uma vantagem extra: alternando o olhar entre a tela da TV e a do notebook, eu acabo me assustando menos se o diretor resolve usar o velho truque do rosto que surge de repente na tela. Ha ha, se ferrou, eu nem estava olhando quando o monstro apareceu na janela!
O filme da vez é Fenômenos Paranormais, sobre as desventuras da equipe de filmagem do reality show de mesmo nome. A cada episódio a equipe passava uma noite em um local supostamente assombrado, registrando qualquer atividade sobrenatural que ocorresse. Tudo ia bem, segundo o produtor executivo (o filme abre com uma entrevista com ele), até o episódio 6, "O Hospício Assombrado". História clássica do hospício abandonado onde, anos depois, as pessoas alegam que ainda escutam passos e risadas maníacas pelos corredores desertos. O diretor, como é de praxe nessas histórias, fazia cirurgias experimentais com os pacientes e, eventualmente, foi assassinado por seis deles que fugiram de suas celas e o atacaram na sua sala. O produtor termina a entrevista garantindo ao público que o que eles vão assistir é a gravação original, editada só o necessário para caber no tempo do programa.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi a má qualidade da filmagem "profissional", que lembra mais um vídeo doméstico: a câmera balança pra caramba mesmo quando a pessoa sendo filmada está parada em pé na frente da câmera, e o zoom vai e volta e no processo às vezes deixa de fora o alto da cabeça ou parte do rosto da pessoa. Não sei se é proposital, pra mostrar que o filme está sendo gravado com câmeras na mão, e não em um estúdio. Seja como for, é irritante.
Antes de anoitecer, a equipe entrevista várias pessoas (o zelador, o líder da equipe que fez uma obra de manutenção no prédio, adolescentes que invadiam só de farra) e o apresentador do programa (Lance Preston) conclui que o que eles têm ali é uma "assombração inteligente", e não uma "assombração residual". Estes são termos reais que os estudiosos de fenômenos sobrenaturais usam, então quem quiser saber o que significam pode ir procurar no Google. Por que? Porque o blog é meu e eu só posto o que eu quiser. Ha!
Daí tem uma cena hilária em que eles vão entrevistar o jardineiro e o cara diz que não, nunca viu nada de estranho por ali, não, senhor. O Lance pede pra parar a gravação, mas só uma das câmeras é desligada para que a outra possa filmar ele pedindo para o cara inventar qualquer coisa. Quando isso não funciona, ele pergunta para o outro câmera se eles ainda tem alguma verba sobrando e, aparentemente, eles tem, porque ele dá vinte dólares na mão do jardineiro, repete a pergunta sem interromper a tomada, ainda filmado pela mesma câmera que gravou a mutreta toda, e dessa vez o jardineiro recita, bem direitinho: "É, eu vi um fantasma. Bem ali. Foi muito assustador."
Eu até posso acreditar na decisão da emissora de não cortar essa cena para tornar o filme mais realista e fazer o contraste entre a atitude cínica deles no início e o que quer que tenha acontecido depois, mas não me convence que uma equipe com o mínimo de bom senso teria registrado em filme esta cena. Nem essa, nem a cena seguinte, em que um "médium" (Houston Grey) chamado para avaliar o local faz toda uma mise-en-scène sobre quão carregado é o lugar e quão perigoso é o que eles estão fazendo só pra depois ele e o Lance caírem na gargalhada assim que a cena é cortada. Mesmo assim, pontos extras para os roteiristas por terem evitado o clichê de ter o único personagem hispânico do filme (o jardineiro Javier Ortega) se desmanchando em exclamações em espanhol, sinais da cruz e medalhinhas de Nossa Senhora de Guadalupe diante de "los malos espíritus".
Depois de terminarem de gravar as entrevistas, eles ficam fazendo hora por ali até anoitecer e posicionam câmeras fixas em locais estratégicos (que bom, algumas cenas sem câmera chacoalhando). As câmeras têm visão noturna porque... o prédio tem tomadas para ligar o equipamento deles mas não tem lâmpadas? Não me perguntem, foi o zelador quem disse isso.
Uma central foi montada no saguão do prédio e o "mago da tecnologia" (sic) Matt White explica para o público como funciona esse complexo sistema de dez câmeras fixas, um notebook com o dobro do tamanho do meu, um monitor menor que o do meu desktop e um HD de backup. Eles mostra também alguns aparelhos de uso mais específico e, novamente, para quem estiver curioso: Google. Medidor EMF, campo magnético, termômetro infravermelho, FVE, contador Geiger, está tudo lá. Podem ir, o blog ainda vai estar aqui quando vocês terminarem de ler.
Eles se despedem do zelador e, para aumentar o suspense, este tranca a porta pelo lado de fora até a manhã do dia seguinte. Comentário sensato (e, obviamente, ignorado) de um dos membros da equipe: "E se eu precisar de alguma coisa no meu carro?". É, produção, alguma coisa tipo, o próprio carro pra levar alguém da equipe que está passando mal pro hospital. Então, vejamos: o cara teve duas linhas de diálogo em 25 minutos de filme e fez um comentário sensato sobre a segurança deles que foi solenemente ignorado pelos outros. Alguém tem dúvida de que ele não chega vivo ao final da primeira hora de filme?
Temos então uma tomada em que o Lance faz um discurso de abertura tipo "let the games begin" enquanto outros três membros da equipe fazem pose de durões junto com ele. Bom, é mais ou menos isso: o Houston faz pose de durão, o Matt faz cara de perdido e a única mulher da equipe (Sasha Parker) faz umas caras e bocas hilárias que parecem o meu afilhado de 7 anos fazendo pose de durão. Enfim, o Lance anuncia que:
- O prédio, por ser um hospício, foi feito para não deixar ninguém sair e eles estão trancados lá até o zelador vir abrir as portas às 6 horas da manhã do dia seguinte.
- Eles estarão trabalhando na escuridão total com dez câmeras fixas e três câmeras de mão com visão noturna.
E lá se vão eles, corredores adentro, "procurando" por sinais de atividade paranormal. Como agora estão filmando material que vai ao ar, eles entram nos personagens e agem como se levassem aquilo tudo super a sério. E o tempo passa e até as duas e pouco da manhã nada acontece além do teatrinho da equipe.
Mas eis que adivinha quem, com meros 30 minutos de filme, está circulando sozinho pelos corredores quando encontra uma cadeira de rodas atravessada no meio do caminho? Ponto pra quem disse que é o TC, o mesmo camarada que comentou antes que não era uma boa ideia a porta ficar trancada pelo lado de fora! O celular dele toca, ele coloca a câmera no chão porque... precisa das duas mãos livres pra falar no celular? Sei lá, mas é conveniente porque a câmera fica apontada para a cadeira de rodas e para os pés dele enquanto ele anda pra lá e pra cá no corredor e, enquanto ele está de costas para a cadeira, ela se desloca um pouquinho para frente. Pelo que dá pra entender do lado do TC na conversa, a pessoa que ligou está dizendo que a filha dele está chorando e chamando por ele; e aí, porque o TC é muito profissional e leva a sério o seu papel de cara que morre em filme de terror, ele pede à pessoa que ligou para dar o telefone para a criança e a conforta explicando para ela que monstros não existem e, se existissem, não iriam à casa deles porque ele botaria todos pra correr. É, TC, foi um prazer conhecer você, melhor sorte no próximo filme.
O TC desliga o telefone, não nota que a cadeira se mexeu, entra por uma porta e quase morre do coração quando a porta bate bem atrás dele. Ele chama os outros pelo celular e o Lance, o Houston e a Sasha vão encontrar com ele. Nessa altura eles ainda estão animados com as possibilidades que isso apresenta em termos de audiência: eles estão tentando chamar de volta o que quer que tenha batido a porta quando escutam um estrondo e encontram uma maca virada, com as rodas ainda girando. Em seguida alguém mexe no cabelo da Sasha, que toma a única atitude sensata em uma situação dessas: dá um ataque e exige voltar para o saguão. O Houston a leva até lá, deixa-a com o Matt e volta para filmar mais um pouco junto com o Lance e o TC. Depois de mais algum sustos, os três resolvem voltar, se perdem, se estressam uns com os outros, mas, finalmente, conseguem voltar para o saguão.
Já são quase quatro horas da madrugada e está todo mundo a um passo de surtar, de modo que o Lance manda o coitado do Matt recolher as dez câmeras que estão espalhadas pelo prédio, dando uma desculpa esfarrapada de que precisa dos outros três no saguão naquele momento, e claro que o Matt não volta e eles acabam indo atrás dele. Menos o Houston, que arruma um pretexto pra fica esperando no saguão (o pretexto consistindo, basicamente, em "eu preciso ficar aqui").
Quando eles encontram um monte de material de filmagem espalhado pelo corredor, o Lance, que não aprendeu nada até agora, decide que eles devem se separar pra procurar o Matt: ele e a Sasha vão para um lado, o TC vai para o outro, e claro que alguém ou alguma coisa empurra o TC escada abaixo. Para minha surpresa, ainda não foi dessa vez que o TC encerrou sua participação: ele se machuca bastante, mas consegue chamar por ajuda e os outros dois o levam de volta para o saguão.
Chegando lá, o Lance tenta ligar para o zelador para ele vir buscá-los mais cedo e, claro, nenhum celular tem sinal. E aqui eu quero abrir um parênteses para dizer que os roteiristas do século 21 tem toda a minha solidariedade e eu entendo que, agora que todo mundo tem celular, ficou extremamente complicado escrever histórias cuja trama gira em torno do fato de uma pessoa ou grupo de pessoas estar isolada do resto do mundo. Mas, gente, precisamos de soluções melhores do que "todos os celulares ficaram sem sinal de uma hora para outra e sem motivo aparente". Isso já virou até piada na Internet.
No desespero, o Lance e o TC arrombam a porta a golpes de maca, e aí acontece uma coisa realmente legal (e "legal", no caso, quer dizer "legal porque não é comigo"): do outro da porta, ao invés dos jardins, só tem mais do interior do prédio. Eles começam a achar que arrombaram a porta errada quando a Sasha mostra que a porta que eles acabaram de arrombar tem a mesma inscrição "A morte aguarda" pichada pelo lado de fora que eles viram na porta de entrada do prédio quando chegaram. Eles vêm ali perto uma porta com uma placa de saída de emergência, arrombam essa também e veem que ela vai dar ainda dentro do prédio: é como se, a cada porta que eles abrissem, brotassem mais corredores e salas no prédio, de modo que eles nunca chegam na saída de verdade. Muito legal: vou até desculpar o clichê do celular.
Além disso, o Lance aponta o fato de que já são 8h34 e o sol ainda não nasceu do lado de fora: pelas janelas (com grades reforçadas como o Lance comentou no início da gravação) só se vê a escuridão total.
Quase quinze horas depois do início das filmagens, são 13h12 no celular do Lance e eles ainda estão lá. E ainda é noite do lado de fora. Às 20h estão todos dormindo no chão do saguão (menos o Matt, eu acho) quando o refletor que ficava lá para o Matt poder trabalhar cai sozinho e acorda todo mundo. O Lance aproveita para mostrar que os sanduíches e frutas que eles tinham em uma bolsa térmica estão estragados e cobertos de vermes. A água, diz ele, continua bebível.
Nova passagem de tempo e, vinte e três horas depois do início das filmagens, o TC se lembra de ter visto uma escada de incêndio que eles podem tentar acessar pelo telhado. Do Matt, aparentemente eles desistiram de vez, mesmo... O prédio, no entanto, aparentemente vai mudando e se adaptando à medida que eles se movimentam, porque eles continuam encontrando paredes sólidas onde deveria haver portas, além da ocasional cama que levita e voa pra cima deles.
Naturalmente, depois dessa excursão malograda, eles não conseguem mais achar o caminho de volta para o saguão (não que fosse adiantar muito agora que a porta de saída não está mais lá) e acabam parando em um canto qualquer pra descansar e dormir em turnos. A vigilância não impede, no entanto, que a palavra "Hello" seja gravada a unhadas nas costas da Sasha.
Depois de escutar o Matt pelo rádio em algum lugar dizendo que está congelando (aquela coisa de que a temperatura cai quando fantasmas estão presentes), eles resolvem ir procurá-lo, apesar do argumento novamente muito lógico do TC de que eles não tem como saber se realmente é o Matt no rádio. Novamente, ninguém responde ao TC e lá se vão todos procurar o Matt. Coitado do TC, ser a voz da razão em um filme de terror não é fácil. Por outro lado, apesar das minhas previsões pessimistas, ele está se aguentando bem e já chegou ao fim da primeira hora de filme.
Depois de andar um pouco à procura do Matt, eles encontram não o próprio, mas a clássica figura da pessoa desconhecida de costas pra eles em um canto da sala. E que fique claro que o fato de ser um artifício comum em filmes de terror não impediu que eu tomasse um susto daqueles na hora em que a mulher se virou para eles e o rosto dela parecia com O Grito, de Edvard Munch. Meu susto só não foi maior do que o susto deles; quando todos saem em disparada, o Houston se separa do resto e, pra azar dos azares, ele é justamente o que não está carregando nenhuma lanterna, câmera ou outra fonte de luz. Eu não fui com a cara do Houston desde a primeira cena, mas ficar perdido em um hospício mal assombrado na escuridão absoluta é algo que não se deseja para ninguém. Depois de tatear pelos corredores e chamar em vão pelos outros, ele não encontra ninguém, mas é encontrado por uma força invisível que o ergue, semi-sufoca, larga no chão, pega de novo e joga longe, e, aparentemente, o TC não só passou da marca de uma hora de filme como também já conseguiu sobreviver a uma pessoa (duas, se o Matt também já tiver morrido).
Nova passagem de tempo e, vinte e três horas depois do início das filmagens, o TC se lembra de ter visto uma escada de incêndio que eles podem tentar acessar pelo telhado. Do Matt, aparentemente eles desistiram de vez, mesmo... O prédio, no entanto, aparentemente vai mudando e se adaptando à medida que eles se movimentam, porque eles continuam encontrando paredes sólidas onde deveria haver portas, além da ocasional cama que levita e voa pra cima deles.
Naturalmente, depois dessa excursão malograda, eles não conseguem mais achar o caminho de volta para o saguão (não que fosse adiantar muito agora que a porta de saída não está mais lá) e acabam parando em um canto qualquer pra descansar e dormir em turnos. A vigilância não impede, no entanto, que a palavra "Hello" seja gravada a unhadas nas costas da Sasha.
Depois de escutar o Matt pelo rádio em algum lugar dizendo que está congelando (aquela coisa de que a temperatura cai quando fantasmas estão presentes), eles resolvem ir procurá-lo, apesar do argumento novamente muito lógico do TC de que eles não tem como saber se realmente é o Matt no rádio. Novamente, ninguém responde ao TC e lá se vão todos procurar o Matt. Coitado do TC, ser a voz da razão em um filme de terror não é fácil. Por outro lado, apesar das minhas previsões pessimistas, ele está se aguentando bem e já chegou ao fim da primeira hora de filme.
Depois de andar um pouco à procura do Matt, eles encontram não o próprio, mas a clássica figura da pessoa desconhecida de costas pra eles em um canto da sala. E que fique claro que o fato de ser um artifício comum em filmes de terror não impediu que eu tomasse um susto daqueles na hora em que a mulher se virou para eles e o rosto dela parecia com O Grito, de Edvard Munch. Meu susto só não foi maior do que o susto deles; quando todos saem em disparada, o Houston se separa do resto e, pra azar dos azares, ele é justamente o que não está carregando nenhuma lanterna, câmera ou outra fonte de luz. Eu não fui com a cara do Houston desde a primeira cena, mas ficar perdido em um hospício mal assombrado na escuridão absoluta é algo que não se deseja para ninguém. Depois de tatear pelos corredores e chamar em vão pelos outros, ele não encontra ninguém, mas é encontrado por uma força invisível que o ergue, semi-sufoca, larga no chão, pega de novo e joga longe, e, aparentemente, o TC não só passou da marca de uma hora de filme como também já conseguiu sobreviver a uma pessoa (duas, se o Matt também já tiver morrido).
O Lance, a Sasha e o TC ainda estão no que parece ser um armário grande ou um quarto bem pequeno e cochilam de novo, e aparentemente quem estava encarregado de vigiar desta vez pegou no sono porque, quando eles acordam, todos os três estão usando braceletes de identificação como se fossem pacientes.
Vou abrir outro parênteses aqui para dizer que, caso não tenha ficado claro, estou achando esse filme bem interessante apesar de algumas detalhes dos quais eu não gostei e os quais comentei aqui: as pulseiras foram um toque interessante e a quantidade de sustos baratos do tipo "Bu! Te peguei!" está sendo bem pequena.
Eles finalmente resolvem sair do lugar onde estão escondidos, provavelmente raciocinando que, se conseguiram colocar as pulseiras neles mesmo enquanto estavam fechados no armário/quarto, lá não era grande coisa como esconderijo, mesmo.
No entanto, quando eles começam a escutar gargalhadas e um braço sai por uma porta e agarra a Sasha, eles repensam essa estratégia e saem correndo na direção oposta até que encontram... o Matt! Sentado no chão, vestindo uma bata de hospital e um bracelete de identificação como o deles e aparentemente em estado de choque, recitando o que parecem ser trechos de um prontuário médico. Eles levam o Matt para um quarto e se trancam com ele lá dentro, e ele explica que eles não conseguem sair porque ainda não estão curados, mas para não se preocuparem porque "ele vai ajudar vocês também". Surpreendentemente, essas palavras tranquilizadoras não tranquilizam os demais.
Eles acabam precisando sair correndo do quarto quando começam a brotar do teto e das paredes braços que tentam agarrá-los, e os quatro vão parar em um cômodo com várias banheiras, em uma das quais, segundo o zelador, uma paciente se suicidou cortando os pulsos. Como já estamos na meia hora final de filme, a hora de as coisas acontecerem é agora, por isso uma das banheiras está cheia de sangue. Todos tem o bom senso de se afastar rapidamente da banheira, menos o Matt, que fica parado bem ao lado dela, olhando o sangue. O TC vai até ele para tirá-lo de perto da banheira, e de repente uma mulher emerge da banheira e o puxa para dentro; os outros ainda chegam a virar a banheira, mas depois que todo o sangue é derramado, ela está vazia. Ah, TC! Cheguei a pensar que você ia conseguir chegar até o fim do filme...
Eles partem novamente pelos corredores, com o Lance carregando a câmera que era do TC, até que encontram um elevador. O Lance tem a ideia de descer pelo poço do elevador porque, chegando lá embaixo, eles vão conseguir alcançar um dos outros prédios do complexo, e eu realmente não sei se isso faz algum sentido, mas, como o TC e seu bom senso não estão mais entre nós, ele deixa a Sasha e o Matt ali esperando enquanto sai à procura de alguma coisa que possa usar para abrir as portas do elevador.
Depois de encontrar uma barra que ele acredita que vai servir, o Lance se prepara para voltar quando uma coisa no chão chama a sua atenção. Ele se aproxima, constata que parece ser uma língua humana e... tcharam, segundo momento "Bu!" do filme: o dono da língua está no teto, prestes a pular em cima do Lance!
O Lance foge correndo e tem a presença de espírito de encontrar o caminho de volta até a Sasha e o Matt: ele consegue abrir as portas do elevador e ele e a Sasha estão combinando como farão para fazer o Matt semi-catatônico descer pela escada no poço do elevador quando escutam o sem-língua vindo pelo corredor. Enquanto o Lance e a Sasha lutam para fechar a porta entre eles e o sem-língua, o Matt pega a câmera que a Sasha largou, aponta para o próprio rosto, dá uma risadinha e se joga no poço do elevador. Matt, seu egoísta, precisava levar a câmera com você?
Bom, agora só sobraram o Lance e a Sasha com uma lanterna e uma câmera com visão noturna: eles descem pela escada até o fundo do poço do elevador, passam pelo corpo do Matt e seguem pelos túneis subterrâneos que, claro, também não correspondem mais à planta original e não chegam a lugar nenhum.
Finalmente, depois de passar o dia todo andando (se é que o Lance ainda tem alguma noção de tempo pra avaliar isso), eles se sentam no chão, exaustos, e caem no sono. Enquanto eles dormem, uma espécie de nevoeiro se aproxima, cobre os dois e, quando vai embora, a Sasha sumiu.
As cenas seguintes mostram o Lance desmoronando, alternando riso e lágrimas enquanto explica para a câmera que está economizando a bateria, que está no fim, e que tem andando sempre em frente, sem parar, e pretende continuar assim por quanto tempo for preciso. Depois de uma cena horrenda em que ele mata e come um rato (sério, roteiristas, por que vocês me odeiam?), ele finalmente chega a uma porta que leva uma sala de operações em uso. Um dos médicos se vira na direção do Lance e faz aquela cara de "O Grito": ele tenta fugir, deixa a câmera cair e, enquanto a câmera fica no chão apontada para uns livros de medicina, ouvem-se os gritos de "eu não sou louco!" do Lance enquanto ele aparentemente é arrastado para a mesa de cirurgia, já que a última cena do filme é um Lance lobotomizado anunciando para a câmera que finalmente está curado e pode ir para a casa. E mais pontos para o filme por não ter terminado com um susto.
Avaliação final: gostei do filme. Obrigada pela companhia, voltem sempre.
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